sexta-feira, 4 de abril de 2008

AMOR

Aqueles olhos aproximam-se e passam.
Perplexos, cheios de funda luz,
doces e acerados, dominam-me.
Quem os diria tão ousados?
Tão humildes e tãoimperiosos,
tão obstinados!

Como estão próximos os nossos ombros!
Defrontam-se e furtam-se,
negam toda a sua coragem.
De vez em quando
esta minha mão,
que é uma espada e não defende nada,
move-se na órbita daqueles olhos,
fere-lhes a rota curta,
poderosa e plácida.

Amor, tão cheio de Amor,
que sencível és...
Sensível e violento apaixonado.
Tão carregado de desejos!
Acalmas e redobras
e de ti renasce a toda a hora.
Cordeiro que se encabrita e enfurece
e logo recai na grande impotência.

Canseira eterna!
Ou desespero , ou medo.
Fuga doida à posse, à dádiva.
Tanto bater as asas frementes,
tanto grito e pena perdida...
E as tréguas,amor cobarde?
Cada vez mais longe,
mais longe e apetecidas.
Ò Amor ,Amor,
que faremos nós de ti,
e tu de nós?

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