MULHER
Nascemos de amores perfeitos
Corremos nuas na areia
Nadamos em mares de lama
Vestimo-nos de prata e fogo
Lutamos como guerreiras
Limpamos as nossas armas
Damos a mão ao sonho
Dormimos sozinhas na cama
Sorrimos por entre lágrimas
Amamos os frutos da vida
Somos MULHERES
INTEIRAS!
quinta-feira, 26 de março de 2009
Poeminha à Mulher
Eu quiz fazer um poema,
Cantar, em verso a mulher,
Mas vejo só um dilema,
Meu tormento e agonia:
Como fazer um poema
Para a própria poesia?
António Manuel Abreu
Cantar, em verso a mulher,
Mas vejo só um dilema,
Meu tormento e agonia:
Como fazer um poema
Para a própria poesia?
António Manuel Abreu
MULHER
Mulher, que és berço da Humanidade
Trazendo no teu ventre cada ser
Que pela tua força há-de nascer
Num momento de rara felicidade
Mulher, que tens os filhos e os crias
A eles dando o grande amor que tens
Que são na tua vida enormes bens
Com quem repartes mimos e alegrias
Mulher, que a fome escondes para dar
Muitas vezes a quem tu amas tanto
Que o fazes na ternura, no encanto
Que ninguém como tu sabe mostrar
Mulher, que já esgotada na canseira
Dum dia que foi duro... e que no lar
Hás-de inda prosseguir a trabalhar
Ás vezes sem dormir a noite inteira
Mulher, que tão depressa homem te ama
Como logo a seguir te martiriza
Mas que te trata bem quando precisa
Que amor faças com ele em vossa cama
Que sofres quando o filho que partiste
E que puseste com amor na Terra
Vês partir para longe,para a guerra
Que nem sabes sequer porque é que existe
Que um dia alguém te põe alto num trono
Feliz por exibir tua beleza
Que depois sem ter ponta de tristeza
Te deixa pela rua ao abandonop
Que sofres tanta vez a amargura
De saber o que é a solidão
Que deste tanta vez teu coração
E agora estando só ninguém procura
Mulher, quero deixar-te o meu apreço
Render-me às qualidades que proclamo
Não sei se tudo já de ti conheço
Mas sei que te respeito e que te amo.
Joaquim Sustelo
Mulher, que és berço da Humanidade
Trazendo no teu ventre cada ser
Que pela tua força há-de nascer
Num momento de rara felicidade
Mulher, que tens os filhos e os crias
A eles dando o grande amor que tens
Que são na tua vida enormes bens
Com quem repartes mimos e alegrias
Mulher, que a fome escondes para dar
Muitas vezes a quem tu amas tanto
Que o fazes na ternura, no encanto
Que ninguém como tu sabe mostrar
Mulher, que já esgotada na canseira
Dum dia que foi duro... e que no lar
Hás-de inda prosseguir a trabalhar
Ás vezes sem dormir a noite inteira
Mulher, que tão depressa homem te ama
Como logo a seguir te martiriza
Mas que te trata bem quando precisa
Que amor faças com ele em vossa cama
Que sofres quando o filho que partiste
E que puseste com amor na Terra
Vês partir para longe,para a guerra
Que nem sabes sequer porque é que existe
Que um dia alguém te põe alto num trono
Feliz por exibir tua beleza
Que depois sem ter ponta de tristeza
Te deixa pela rua ao abandonop
Que sofres tanta vez a amargura
De saber o que é a solidão
Que deste tanta vez teu coração
E agora estando só ninguém procura
Mulher, quero deixar-te o meu apreço
Render-me às qualidades que proclamo
Não sei se tudo já de ti conheço
Mas sei que te respeito e que te amo.
Joaquim Sustelo
terça-feira, 24 de março de 2009
A Flor do Sonho
A Flor do Sonho,alvíssima, divina,
Miraculosamente abriu em mim,
Como se uma magnólia de cetim
Fosse florir num muro todo em ruína.
Pende em meu seio a haste branda e fina
E não posso entender como é que, enfim,
Essa tão rara flor abriu assim!...
Milagre...fantasia...ou, talvez, sina...
Ó flor que em mim nasceste sem abrolhos,
Que tem que sejam tristes os meus olhos
Se eles são tristes pelo amor de ti?!...
Desde que em mim nasceste em noite calma,
Voouao longe a asa da minh'alma
E nunca,nunca mais eu me entendi...
Florbela Espanca
Miraculosamente abriu em mim,
Como se uma magnólia de cetim
Fosse florir num muro todo em ruína.
Pende em meu seio a haste branda e fina
E não posso entender como é que, enfim,
Essa tão rara flor abriu assim!...
Milagre...fantasia...ou, talvez, sina...
Ó flor que em mim nasceste sem abrolhos,
Que tem que sejam tristes os meus olhos
Se eles são tristes pelo amor de ti?!...
Desde que em mim nasceste em noite calma,
Voouao longe a asa da minh'alma
E nunca,nunca mais eu me entendi...
Florbela Espanca
segunda-feira, 23 de março de 2009
Lágrimas ocultas
Se me ponho a cismar em outras eras
Em que ri e cantei, em que era querida,
Parece-me que foi noutras esferas,
Parece-me que foi numa outra vida...
E a minha triste boca dolorida,
Que dantes tinha o rir das primaveras,
Esbate as linhas graves e severas
E caí num abandono de esquecida!
E fico, pensativa, olhando o vago...
Toma a brandura plácida dum lago
O meu rosto de monja de marfim...
E as lágrimas que choro, branca e calma,
Ninguém as vê brotar dentro da alma!
Ninguém as vê cair dentro de mim!
Florbela Espanca
Em que ri e cantei, em que era querida,
Parece-me que foi noutras esferas,
Parece-me que foi numa outra vida...
E a minha triste boca dolorida,
Que dantes tinha o rir das primaveras,
Esbate as linhas graves e severas
E caí num abandono de esquecida!
E fico, pensativa, olhando o vago...
Toma a brandura plácida dum lago
O meu rosto de monja de marfim...
E as lágrimas que choro, branca e calma,
Ninguém as vê brotar dentro da alma!
Ninguém as vê cair dentro de mim!
Florbela Espanca
Os Silêncios
Não entendo os silêncios
que tu fazes
nem aquilo que espreitas
só comigo
Se escondes a imagem
e a palavra
e adivinhas aquilo que não
digo
Se te calas
eu oiço e eu invento
Se tu foges
eu sei, não te persigo
Estendo-te as mãos
dou-te a minha alma
e continuo a querer
ficar contigo
Maria Teresa Horta
que tu fazes
nem aquilo que espreitas
só comigo
Se escondes a imagem
e a palavra
e adivinhas aquilo que não
digo
Se te calas
eu oiço e eu invento
Se tu foges
eu sei, não te persigo
Estendo-te as mãos
dou-te a minha alma
e continuo a querer
ficar contigo
Maria Teresa Horta
sábado, 14 de março de 2009
Por Delicadeza
Bailarina fui
Mas nunca dancei
Em frente das grades
Só três passos dei
Tão breve o começo
Tão cedo negado
Dancei no avesso
Do tempo bailado
Dançarina fui
Mas nunca bailei
Deixei-me ficar
Na prisão do rei
Onde o mar aberto
E o tempo lavado?
Perdi-me tão perto
Do jardim buscado
Bailarina fui
Mas nunca bailei
Minha vida toda
Como cega errei
Minha vida atada
Nunca a desatei
Como Rimbaud disse
Também eu direi
«Juventude ociosa
Por tudo iludida
Por delicadeza
Perdi minha vida».
Sophia de Mello Breyner Andersen
Mas nunca dancei
Em frente das grades
Só três passos dei
Tão breve o começo
Tão cedo negado
Dancei no avesso
Do tempo bailado
Dançarina fui
Mas nunca bailei
Deixei-me ficar
Na prisão do rei
Onde o mar aberto
E o tempo lavado?
Perdi-me tão perto
Do jardim buscado
Bailarina fui
Mas nunca bailei
Minha vida toda
Como cega errei
Minha vida atada
Nunca a desatei
Como Rimbaud disse
Também eu direi
«Juventude ociosa
Por tudo iludida
Por delicadeza
Perdi minha vida».
Sophia de Mello Breyner Andersen
quinta-feira, 12 de março de 2009
Sentido Renascido
Eu vos saúdo
ao lutador caído
ao poeta mudo
ao sábio escondido
ao deus perdido
ao saber abafado
desde o início do mundo.
Eu Vos Reverencio
ao pobre deprimido
a todo o ser autêntico
à força silenciado e reprimido
pelo cobarde poder
dos senhores deste mundo.
Eu Vos exalto e canto
aos que ainda tentam
sofrendo,rastejando
suando e sangrando
realizar-se em honra e justiça.
È hora de vos erguerdes,
convosco continuarei
a escandalizar este mundo
feito surdo.
Eu vos elogio
vos dirijo a minha vénia,
além de «sal»
Sois a força da Terra
que a um sopro vosso
retomará o fôlego perdido
e com maior ímpeto
que grande tufão
realizará, enfim, o inicial e perdido
sentido da criação.
Lurdes Mendes da Costa
ao lutador caído
ao poeta mudo
ao sábio escondido
ao deus perdido
ao saber abafado
desde o início do mundo.
Eu Vos Reverencio
ao pobre deprimido
a todo o ser autêntico
à força silenciado e reprimido
pelo cobarde poder
dos senhores deste mundo.
Eu Vos exalto e canto
aos que ainda tentam
sofrendo,rastejando
suando e sangrando
realizar-se em honra e justiça.
È hora de vos erguerdes,
convosco continuarei
a escandalizar este mundo
feito surdo.
Eu vos elogio
vos dirijo a minha vénia,
além de «sal»
Sois a força da Terra
que a um sopro vosso
retomará o fôlego perdido
e com maior ímpeto
que grande tufão
realizará, enfim, o inicial e perdido
sentido da criação.
Lurdes Mendes da Costa
Caminhar
Caminhar, caminhar, caminhar...
cair, levantar,
cair, levantar,
continuar,continuar, continuar.
Sofrer,aguentar,
como se a tortura não fosse nossa,
cair, levantar,
cair, levantar,
continuar, continuar, continuar.
À chuva, ao sol, ao relento,
na tempestade, no vendavál,
cair,levantar,
cair, levantar,
continuar, continuar, continuar.
Na lama, na lixeira,
na seca, na torreira,
cair, levantar,
cair, levantar,
continuar, continuar, continuar.
Nas areias movediças,
cair,levantar,
cair, levantar,
continuar, continuar, continuar.
Lurdes Mendes da Costa
cair, levantar,
cair, levantar,
continuar,continuar, continuar.
Sofrer,aguentar,
como se a tortura não fosse nossa,
cair, levantar,
cair, levantar,
continuar, continuar, continuar.
À chuva, ao sol, ao relento,
na tempestade, no vendavál,
cair,levantar,
cair, levantar,
continuar, continuar, continuar.
Na lama, na lixeira,
na seca, na torreira,
cair, levantar,
cair, levantar,
continuar, continuar, continuar.
Nas areias movediças,
cair,levantar,
cair, levantar,
continuar, continuar, continuar.
Lurdes Mendes da Costa
quarta-feira, 11 de março de 2009
Inventar o Amor
Quero inventar
o Amor
como quem cria
um Novo Cosmos,
um Novo Nome,
um Novo Som.
Fazer do meu sangue
uma Nova Era,
onde o nome dos que amo
seja letra de canção
e o teu seja o mote.
Dos meus gestos, uma harpa ultrassónica,
dos meus braços, uma galáxia fantástica,
ainda não descoberta,
do meu olhar, espectáculo
de raios laser e som,
do meu corpo, uma estátua perfeita,
que ninguém ouse profanar.
Pudesse a minha vida, por exemplar
ser modelo original
e
imaginar
Nova Ordem Solar
Lurdes Mendes da Costa
o Amor
como quem cria
um Novo Cosmos,
um Novo Nome,
um Novo Som.
Fazer do meu sangue
uma Nova Era,
onde o nome dos que amo
seja letra de canção
e o teu seja o mote.
Dos meus gestos, uma harpa ultrassónica,
dos meus braços, uma galáxia fantástica,
ainda não descoberta,
do meu olhar, espectáculo
de raios laser e som,
do meu corpo, uma estátua perfeita,
que ninguém ouse profanar.
Pudesse a minha vida, por exemplar
ser modelo original
e
imaginar
Nova Ordem Solar
Lurdes Mendes da Costa
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